Um tema um tanto relevante o de hoje. Não estou aqui para ser polêmica, só quero apresentar algo que eu acredito ser o ideal e talvez a solução pra tantos conflitos. Vou contar uma situação que passei um tempo atrás e que fez dessa minha opinião o motivo de muitas causas da minha vida.
Num belo sábado à noite, entrou na igreja eu, uma amiga, e 2 caras pra assistir o culto. Mas estes não eram caras “normais”. Um tinha um moicano enorme e duro, correntes, calça rasgada e uma camiseta de uma banda de metal. O outro usava uma capa preta até os pés, lápis preto, e um crucifixo. Ao colocar os pés dentro da igreja roubamos a atenção de pelo menos metade dela, e quem dera fossem olhares de compaixão. Enquanto caminhávamos em direção ao banco, orava em pensamento pra que eles não percebessem os olhares de reprovação que recebiam, mas foi inevitável. Claro, não são burros. Conclusão: Fiz tudo o que pude naquele dia, e minha amiga também, mas eles nunca mais voltaram na igreja.
Criamos em nós barreiras usando como base o próprio cristianismo, ou melhor, a base doutrinária. A igreja nos impõe seus dogmas e doutrinas e os aceitamos sem ao menos saber o porquê daquilo tudo. E é quando surge o preconceito.
“Por que na casa do Senhor, tem que se vestir com decência, respeito e reverencia.” – Cara, isso é verdade, mas porque é verdade eu tenho que vestir uma burca pra ir ao culto? Ou eu uso saia ou terno, ou não estou respeitando a casa de Deus. Muitas igrejas pararam com isso já, não são tão radicais... mas e nesses casos que contei acima? É algo muito mais sério que só a roupa que visto.
LEGALISMO. É essa a palavra. Crentes tão radicais em tantos assuntos, que na hora de por o amor em prática, parece que se esquecem do 2º maior mandamento. E na moral, to cansada disso tudo. Invés de pontes, a igreja tem construído muros, e isolado cada vez mais os crentes do mundo real. E qual é a real? As esquinas e sua sala estão cheias de prostitutas, os becos e o centro da cidade estão cheios de drogados, nos hospitais e nas grandes empresas tem pessoas sem esperança. E a igreja está lá, lá dentro de quatro paredes.
Punks, hippies, rastas, emos, e todos aqueles gêneros do underground, quando vamos alcançar esse povo Igreja? Jesus preferia a companhia de pecadores a fariseus religiosos.
Paulo foi aquele que se fez um para com todos, a fim de alcançar alguns. Eu quero imitar Paulo porque Ele decidiu imitar Jesus. Eles não queriam ficar dentro dos templos, de terno e com uma bíblia de capa preta debaixo do braço que só servia pra pegar cheiro de desodorante.
Jesus parou tudo pra olhar nos olhos de Bartimeu para que assim ele pudesse olhar os seus. Jesus posou na casa de Zaqueu, o cobrador de impostos. Ele conversou com Nicodemos, o fariseu líder dos judeus, na madrugada. Ele largou a multidão a pedido de Jairo, para ressuscitar uma criança. Jesus percebeu a mulher com hemorragia. Ele deu atenção ao pedido do ladrão na cruz. (sacou os verbos?)
As atitudes de Jesus só tem que trazer VERGONHA a esse povo (no qual, me incluo) que se dizem cristãos (pequenos cristos). Eu acho que temos que ler mais a bíblia e ir mais ao cemitério. Pensar um pouco sabe. As pessoas estão morrendo todos os dias aos poucos perto de nós, e mais, pessoas estão morrendo de verdade perto de nós, e nós dentro de nossas confortáveis igrejas, em nossos confortáveis templos, nos confortáveis bancos. Temos que colocar isso que temos acima do pescoço, dentro da caixa craniana pra funcionar.
Não olhe torto a próxima vez que você ver um punk numa igreja e nem pense em julgar o cara mendigo que entra no seu templo limpinho, são todos seres humanos PODRES, PECADORES e NECESSITADOS DE GRAÇA como você e eu!
Até quando o evangelho do medo vai ser recitado nos palanques gospel? Até quando a igreja vai insistir em questões irrelevantes para a sociedade de hoje? E quando vamos entender que julgar o próximo não vai resolver o problema dele? Quando vai cair a ficha de que ter razão sobre o certo e o errado, não vai resolver a fome de quem não tem o que comer, nem o frio do mendigo sem coberta, nem a falta de escola para a criança do morro, nem a carência do homossexual, muito menos os distúrbios do viciado.
Se liga! E Deus abençoe!
@Camila Zaponi
Fonte:JNR
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